domingo, setembro 25, 2016

Há 10 anos atrás...

Já passa da meia noite e mesmo o blog estando fechado a tanto tempo e a Irmandade das Sombras ter tido seu fim a tantos anos (apesar de, obviamente, ter tido continuidade por diversos membros em diversos locais - afinal a Irmandade das Sombras era seus membros, cada um sendo uma parte de tudo), não posso deixar de postar nem que seja essa breve mensagem

Em 22 de Setembro de 2016 (estou postando hoje pois na minha cabeça a fundação da Irmandade ocorreu no dia 26 - porém no site A Irmandade - que é o principal grupo fundando pelos ex-membros da Irmandade das Sombras - consta dia 22 - sinal que estou ficando velho mesmo) a Irmandade das Sombras era fundada. O grupo durou um pouco mais de 2 anos, tendo, como praticamente tudo que já foi criado, seu inevitável fim (que eu particularmente pouco gosto de falar, já que eu me considero se não o principal responsável, ao menos um deles).

Sinceramente digo que tenho saudades desse tempo (como tenho saudades de muita coisa que passou) e sim, gostaria de ver a velha Irmandade das Sombras de volta novamente, nos seus velhos moldes, porém é somente um desejo e nada mais. No mais acho que vale essa nota de lembrança, pois o tempo que durou esse grupo foi um tempo muito especial e me sinto privilegiado por ter sido parte disso.

E a todos que passarem por aqui um forte abraço e se tiverem um tempo deem uma olhada em tudo por aqui, tem muita história e coisas boas. E que essas coisas te inspirem a produzir suas próprias histórias e que o bom e velho terror nunca morra!

Linx

segunda-feira, agosto 04, 2014

Limpeza, História e uma tal Irmandade das Sombras

Olá tudo bem?

Sinceramente não sei quando foi a última postagem desse blog (devem fazer anos), porém com uma nova vontade que me despertou (provavelmente não durará) eu decidi voltar a esse velho blog.
A primeira coisa que eu fiz foi limpar tudo que eu pude de pessoal sem relação com a proposta direta primordial do blog (ou seja postar conteúdo de terror de autores sem qualquer restrição ou pudor - e isso falamos de setembro de 2006 quando foi construído o blog), deixando apenas postagem de interesse digamos histórico (as postagens comunitárias, o fim da Irmandade das Sombras, minha tentativa de manter o blog aberto - juntamente com a Hell - nem sei se minha cara amiga Hellena ainda usa esse pseudonimo - um fechamento permanente - uma série de republicações de conteúdos, um novo fechamento e o surgimento do site A Irmandade - uma confraria que possui entre seus membros ex-membros da Irmandade das Sombras) e fiz isso apenas por um único motivo: manter essa parte da história da Irmandade das Sombras aberta.

Aos desavisados saiba que a Irmandade das Sombras foi um grupo de escritores criado em meados de agosto/setembro de 2006 que reunia escritores de terror, literatura fantástica, poetas e afins, que consideram sua arte sombria, que gostavam dessas artes sombrias e que queria valorizar essas artes. Foi um grupo montado dentro do site Recanto das Letras e que teve seu fim em 2008 (por digamos desentendimentos internos - longa história, de quase 6 anos que eu pelo menos nem acho útil contar). Esse blog foi criado pouco tempo depois de sua fundação e persistiu até mesmo ao seu fim (por esse cabeça dura que vos escreve).

Eu considero a Irmandade das Sombras um grupo que reuniu muitos bons escritores, influenciou muitas ideias e marcou muita gente e por isso senti essa necessidade de manter o blog vivo, limpa-lo com postagens inúteis e deixa-lo aí aos que quiserem ver e ler um pouco do que foi o grupo e o que ele produziu.

Então a quem passar aqui pense nisso como um pedaço de uma história muito legal que alguns privilegiados viveram. Um bom tempo que começou e terminou, mas que marcou muita gente. Algo que apesar de suas turbulências e faíscas teve seus bons momentos. Enfim como tudo em nossa vida, veio, marcou e foi embora.

E bem é isso!

Linx

sexta-feira, outubro 07, 2011

A Irmandade

E olha quem volta da tumba!!!

Bem faz muito tempo que não posto nada aqui no blog, que não escrevo uma linha sequer e que nem leio direito um conto de terror. Na prática estou aposentado, vivendo uma vida bem diferente daquela de 2004 quando comecei a escrever na net.

Então você me pergunta porque você volta?

Bem, do começo:

Em 2006 foi fundada por mim e por Rogério Silvério uma confraria literária chamada Irmandade das Sombras que talvez você já tenha ouvido falar. Pois bem essa confraria veio a ter seu fim depois de um tempo (não sei quando pois nem me lembro bem meu nome direito), por digamos desentendimentos (grande parte mea culpa - bato no peito e não tenho vergonha de assumir) e logo após foi fundada uma outra confraria (um forum na verdade) pelo infelizmente falecido Henry Evaristo (Saudoso Mestre com o qual infelizmente tive muito atrito e me arrependo muito por isso).

Sem delongas: A pouco bisbilhotando esses velhos colegas escritores (que infelizmente acabei perdendo o direito de chama-los amigos), do Forum da Camara fundaram um site chamado A Irmandade, um site com um visual excelente e uma proposta pra lá de foda (com o perdão da expressão).

Posto aqui essa novidade afim de fazer um merchãzinho aos meus colegas e espero que quem passe por aqui (e ainda passam não sei como) visitem, pois garanto que não vão perder seu tempo!

Por fim meus parabéns ao grupo, desejo tudo de bom a galera e que o site renda bons frutos!

Abraços a todos.

Linx

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terça-feira, janeiro 11, 2011

Selando a Casa - Novamente e por tempo Inderteminado

Aqui existia um discurso com ideias que eu não consigo aceitar mais (algo que me deixava até envergonhado) e por isso me dei o direito de apagar.

Em 11/01/2011 eu parei de postar conteúdo novamente, estava cheio de frustrações (que na época faziam sentido - hoje não) e bem leia-se "estava cansado, só eu postava conteúdo, estava frustrado e então parei.

Um pouco da história meio "distorcida" mas chamemos de limpeza

Linx


domingo, novembro 28, 2010

Necrofélia




Por Lord Edu

Barlock, o vampiro rei, conjurou a densa bruma acima das covas obscuras do cemitério.Além disso o céu cinzento parecia iníquo.Parecia querer passar para um tom vermelho rubro. Barlock clama os inferiores seres para ver a tua morbidez que mata e transborda o teu deleite. Uma moça havia sido a espreita do vampiro por um longo tempo Barlock a queria de qualquer maneira, mas não em buaca de seu sangue.Porém a garota morreu de peste bubônica. Assim foi até mais fácil. Ela foi enterrada neste fim de tarde sob o crepúsculo para violar a pouca bondade e moralidade dos humanos. Quando o último raio de sol se extinguiu da cidade de Além Barlock saiu de sua cripta à procura do túmulo da cândida moça. Achado o túmulo ele pára e contempla a lápide de mármore recém colocada decoradas com rosas brancas e tulipas amarelas, já com os odorores miasmáticos, com os dizeres gravados em baixo-relevo : "Ofélia Lima, Amada filha e irmã, 1832-1849. Então o súcubo vampiro exumou o delicado caixão da sepultura e o abriu. A garota estava pálida e esguia em seu vestido branco, mas ainda possuía uma genuína feição angelical da qual Barlock se encantou. Queria a virgem. Voluptosidade da virgem. Lasciva, excitante, delirante virgem. E teve a virgem. Violou a virgem. Estava realmente obsecado por ela.Queria tê-la viba nos braços para amá-la de verdade. Não era só um capricho de prazer agora era um sentimento incontrolável. Barlock sabia que teria de ir ao necromante abutre Zatorotath que acorda e decifra os mortos. Barlock pega o cadáver no colo e segue para a caverna do necromante na Colina Curwen. O vampiro marchava lentamente em companhia da mulher que amava.Deu um, vento azíago como se fosse a desaprovação de um deus. Quando chegou ao topo da Colina Curwen encontrou Zatorotath ensinando seus dois aprendizes as artes da magia negra.Ao ver Barlock com o corpo perguntou: - O que o traz áté mim criatura bestial? -O amor- respondeu Barlock- de vida a este corpo celestial que sofreu com a ceifa da morte. - Não foi só isso que ela sofreu.Houve uma profanação, os defuntos devem dormir em paz - bradou o feiticeiro da morte. - Faça o que eu mando - Barlock conjurou a sua corja de vampiros ameaçadores para matar o mago se ele não fizesse o serviço imposto - e não me diga em profanação de corpos porque esta é a tua arte.Agora faça. - Teu desejo será feito, mas esta mulher que tu violaste será tão perversa quanto a tua devassidão para com ela.E esta será a tua ruína - previniu o necromante . - Faça logo. O ritual foi feito na Pedra do Sacrifício sobre o cume da Colina.De fato as nuvens cinzas agora estavam escarlates quando Zatorotath recitava as palavras mágicas. Uma mulher renascia, não era mais aquela moça pura e ingênua. Sua inocência fôra perdida quando Barlock a estuprou, atormentando-a em seu sono eterno. Barlock estava encantado com a mulher , estava amando e não deu ouvidos as sábias palavras de Zatorotath , pois o amor o deixou cego. A sedutora mulher largou Barlock e o jogou nas cinzas.O fez em cinzas.Pois o vampiro em sua grande decepção amorosa se matou à luz do sol, porque sua amada mulher preferia saborear a carne dos homens.Doce, quente, vigorosa e efêmera. Vulgar morta-viva imortal Ofélia.


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A Arvore Negra




Por Lord Edu

Pedro,Tiago e Hugo se embrenharam no Pântano da Salamandra para caçar sapos, rãs e pererecas.Apenas para a distração de suas mentes infantis.Apesar das placas,cercas e das lendas inexoráveis que avisava para ficarem longe, os meninos entraram no misterioso lugar lamacento naquele dia.Entre sorrisos e zombarias os garotos animados com suas bolsas repletas de sapos, iam se aprofundando cada vez mais para o interior do brejo.Ultrapassando assim os limites imposto pelo sobrenatural também.Já tinham quase enchido as mochilas com sapos quando viram algo majestoso, sombrio e horripilante: uma imponente árvore morta no centro de uma lagoa de lama.A árvore tinha a casca negra como o corvo, de altura era pequena, mas o tronco era absurdamente grosso e os galhos esculturais jaziam monstruosos à vista deles.Aquela árvore tinha algo de positivamente detestável, mais do que aparentava. Havia alguma deformidade que afligia as nossas concisas persepções. Uma coisa que incomoda profundamente. No fundo de seus corações os garotos temiam a verdade mortal: a de que a árvore apesar de estar seca tinha uma alma maléfica e um coração atormentante dentro dela.Pequenas vibrações sonorizavam em seus próprios corações uma ressonância absurda e indiscritível dos batimentos da árvore que estava voraz pelas doces carnes perfumadas com sangue.Eles observaram a planta morta por todos os ângulos procurando algo de mais errado além dessa intuição que comprimia seus corações no auge de uma aflição e de um medo inexplicáveis.Tiago, de repente, pára absorto, pálido e aterrorizado vendo algo na árvore, uma deformção.Pedro e Hugo perguntam mais assustados ainda o que havia acontecido, ao ver o esgar de assombro do colega.Tiago apenas apontou o dedo macilento para as raízes da árvore que ficavam expostas em formas dementes.Como se aquele emaranhado guardasse algo até as profundezas movediças daquela areia azíaga.Os outros dois garotos também viram e ficaram enjoados, aturdidos e enojados além do peculiar assombro.havia uma mão de dimensões abstratas, cadavérica que estava entre as raízes turvas ,como as aranhas em suas tocas à espreita...Era bestial e alucinógeno aquela mão deturpada , ante a anormalidade do contraste branco da mão e do negro da árvore.Bem como as formas da árvore e da mão, pois parecia uma aranha escondida esperando pelo sangue de sua vítima.Os batimentos cardíacos de medo de seus corações se perdiam e davam lugar aos pulsos eufóricos da árvore.Mas Tiago e Hugo imóveise mais cheios de sensações híbridas de medo, deixaram seus sapos fugirem.E seus corpos foram tomados de pequenos espasmos. Pareciam ter levado um suave choque em seus cérebros que os dopou de horror, pois aquela mão pálida e morta se mexia.Sobre o lamaçal os sapos bailavam estranhamente como se a árvore afetasse seua corações também. E sobre a lama eles não afundavam.Loucura.Tiago viu que não afundavam, correu em cima da lama em direção á árvore.Hugo abriu a boca para mandá-lo parar , mas para seu estremo espanto o amigo não afundou.Pedro pasmado correu atrás do amigo e não sabia o motivo dessa barbaridade.Hahahaha.E Hugo , por sua vez , seguiu Pedro.Mas Hugo tinha pouca fé e afundou sendo puxado por outra mão igualmente funesta à outra.Vagarosamente.E as sensações eram como orgasmos de desgraça.Apavorados, os outros dois garotos , se agarraram á árvore vendo as muitas outras mãos subindo pelo amigo num frenesi que a desgraça era digna de estrema piedade, pois estavam rasgando-o de dor.Eb ele gritava.Logo o corpo foi imerso pela lama e um borrão de sangue, que borvulhava, ficou malditop naquele lugar onde o corpo foi sugado.A mão na raiz!Se lembraram dela e não tinham para onde fugir.Se ouvia apenas as suas respirações e o bater do coração da árvore negra.Desesperados e calados por saber seus destinos.Gotas de sangue escorriam do alto da árvore banhando os meninos de um imensurável pavor.A mão que o hipnotizou ,naquele emaranhado, o puxou para as raízes.Apenas se ouviu o último sibilo selvagem de cólera, ele estava implorando pela vida quando deu aquele murmúrio.Enfim ficou preso na teia que é a mão e será devorado pela aranha que é a iníqua árvore.Mais um coração e uma alma para a árvore.Restou Pedro, híbrido de terror, com sua sorte e seu infortúnio.Pois sua vida foi poupada pela árvore, mas o tempo, implácavel, o matou.Em todo esse tempo ouvindo os pulsos negligentes da árvore que o assusava, o enlouquecia, mas não matava.Expirou e os urubus vieram e fizeram seu trabalho.Somente os urubus, seres do mal e violadores da morte, não ouviam os batimentos mesméricos do caração negro da árvore.A enfeitavam com mais demência aqueles galhos sinistros que pendiam malignos aos ventos dos céus abertos sob o lúgubre crepúsculo.

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quinta-feira, novembro 25, 2010

Zatorotath




Por Lord Edu

Zatorotath, o necromante, agora tem os cinco espectros humanos para criar seu guardião.As almas do necrófilo, do assassino, do estuprador, do pedófilo e do político serão a base concreta para dar forma ao novo ser idealizado pelo necromante amante da magia negra. Zatorotath mandou os esqueletos malditos(que ele evocou da tumba para se encarregarem de capturar os cinco homens pervertidos), para a sepultura e começou o seu trabalho de maldição. Todos os cinco homens estavam dormindo sob o domínio mental do poderoso mago.Mas seus espíritos estavam perturbados com a influência persuasiva em seus corpos. O necromante colocou os homens sobre a Pedra do Sacrifício e tudo o que é normal estava horrendamente perturbado e agitado aos redores do feiticeiro Zatorotath.Um vento hediondo vindo do sul propagava uma névoa negra e densa de poeira;as nuvens se agrupavam demasiado rápido no céu espalhando um som metálico; e as criaturas inferiores se agrupavam para ver o espetáculo da criação nefanda. Zatorotath deu início à evocação esconjurando palavras primordiais de um povo que gozava de total bel-prazer, sem se preocupar com moralidade ou com a presença de um Criador oniciente, onipresente e onipotente. O mormaço se dissipou quando Zatorotath começou essa espécie de ritual.O tempo´pareceu parar, pois o vento cessou e a poeira permaneceu no mesmo lugar pendendo, como se não houvesse gravidade.As nuvens se mesclavam sonicamente nos céus, tomando algum tipo de forma titânica acima da Colina Cwruen. Assim como as criaturas inferiores, que com medo, fugiam da penumbra da perversidade. Um frio enregelante impregnou o lugar que pareceu estar habitado por destroços fantasmagóricos imprecando essas práticas execráveis. Esse ritual exigia que as palavras mágicas fossem ditas em um tom de ferocidade.Por isso a voz cavernosa e retumbante de Zatorotath pareciam trovões que ecoavam abomináveis. As nuvens, alaranjadas, estavam com a forma de uma espiral, se parecendo com uma linda galáxia cujo epicentro seria a Pedra do Sacrifício.Isso porque o centro da espiral era verticalmente na direção dos cinco homens sobre a pedra. Após recitar veementemente as palavras antigas( que terminavam com um "Shhhyyyahhh" enervante, tanto para Zatorotath quanto para todo o sistema natural), um raio caiu do epicentro das nuvens e caiu nos corpos , que tentavam lutar para fugir dessa repulsiva mutação. Ao atingir os cinco homens dissolutos impuros, o raio violeta tomou uma diversidade de cores fluorescentes que irradiavam uma imensidade de sensações abstratas que enfraquecem o Universo. Os corpos se contorciam se juntando.Ossos, carnes, sangue e imoralidade.Entre aquelas cores tambem se via as almas se mesclando em movimentos caóticos e blasfemos completando essa malevol}encia herética. O raiko parou de cair e já podia-se ver que não haviam mais cinco corpos sobre a Pedra, mas apenas um , envolto numa fumaça densa de um odor acre e profano que ia sumindo aos poucos revelando um novo Ser.


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A Noite em que Vieste




Por Henry Evaristo

A noite em que vieste estava fria como nunca antes. Meus olhos marejados te avistaram através da janela caminhando na direção da casa em meio à neve e às trevas como se combalido e furioso; mas nunca perdido, visto que bem sabias onde tinhas chegado. De pronto te abri minha porta e não te fiz perguntas desnecessárias fingindo espanto em ver-te. Ambos sabíamos que fora eu aquele que te trouxera ali e nossas palavras eram, então, articulações infrutíferas. Deixei-te a vontade para olhar por todos os cantos de minha humilde moradia e não te interrompi nem um minuto sequer; nem mesmo quando, incontinenti, invadiste minha alcova onde descansava o corpo de minha esposa. Como me ordenastes em sonhos, sacrifiquei-a em teu nome para que ela, ao partir deste mundo pelas minhas mãos, pudesse contribuir com sua paixão para a minha glória final.

Acompanhei-te depois ao porão onde encontraste os símbolos mágicos necessários para a tua invocação, aqueles que tu mesmo bem ensinastes aos magos na idade das trevas. Usei-os com a maestria resultante de vinte anos de estudos árduos movidos pela curiosidade, mas, sobretudo, pela necessidade de abandonar este mundo pequeno e atingir outras esferas; pela chama que ardia em meu peito e que dizia "Tens que ser um homem rico e com poderes sobre as vontades alheias!". Vi o brilho louco em teus olhos quanto constataste que tudo estava certo e que podias terminar o que eu começara.

Como a borda negra de um abismo insondável, mestre, tu te voltaste para mim e teus olhos em chamas encheram meu corpo de esperanças. Lança-me, oh, homem negro, nas profundezas de teu abraço inflamado que eu mergulharei nos caminhos da tua maldade infinita e da tua liberdade absoluta que é pecaminosa aos olhos dos homens, mas benfazeja aos meus. Me investe da palavra de teu reino para a tua glória! Toma agora minha alma e me dá o mundo!


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