Três Sonetos de Minha Autoria
Dama Morte
Oh dama porque seres tão tétrica
Sinta em min’alma o desejo de beijar-te
Livre-me de minha prisão de carne
Solva-me a pouca vida que ainda me resta
Leva me aos reinos mais obscuros
Destroça minha carne aos corvos
Conduza-me ao reino dos mortos
Deixa-me entregue ao soturno
Dimensão maldita de homens imundos
Terreno absorto de sangue sujo
Lar sórdido, habitat do mal absoluto
Meu desejo enfim se aproxima
Vejo as nuvens negras acima
E a dama vim enfim selar minha sina
Rosas Negras
Rosas negras ao vento dançam já sem pétalas
Repousam hoje um ramo sobre meu caixão
Restos do que sobrou do pouco de compaixão
Que tinha por mim minha amada etérea
Miserável dor inescrupulosa que nunca termina
Que nem respeita-me em meu leito de morte
Assombra-me pela eternidade minha triste sorte
Os terríveis tormentos de minha sina
Colha cuidadoso as pétalas pelo ar espalhadas
Leva, vento gélido, as mãos de minha amada
Degrada com ferrugem o resto de sua vida desgraçada
Perde-se no ar meu amor platônico divinal
A história que nunca será contada por nenhum mortal
Pois sepultado a sete palmos morre minha esperança afinal
Soneto de Despedida
Morte eis me aqui, de joelhos ao seu julgo,
De braços abertos peço sua piedade.
Punhal cintilante esperando sua vontade,
Repousa sua lâmina rutilante sobre meu pulso.
Oh morte livra-me de tudo, imploro-te;
Dê-me a coragem dos fortes tão necessária,
Pois minha vida não vale mais nada,
A não ser repousar nos teus braços: Oh morte!
Aos pés da sepultura vazia
Meu corpo se inclina devagar
Entrando na vala onde há de repousar
A ti entrego min’alma imunda
Aos vermes entrego minha carne suja
E ao mundo a alegria do fim da minha luta
LINX
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