quarta-feira, julho 25, 2007

O MISTÉRIO DO HOMEM DE PRETO

Autor: Luiz Lanzieri
Na delegacia, um homem todo sujo e com os pulsos machucados chega correndo desesperado, procurando por ajuda, ele começa a se exaltar e alguns policiais o levam para um canto pra saber o que se passa, ele começa a falar e senta-se numa cadeira, ele diz:

_Meu nome é Ross, e o que venho a dizer é de extrema importância.

_Pare de delongas e comece logo a dizer o que sabe! Diz um policial.

_Tudo bem, Assim que os Smith foram embora esse homem chegou, se mudou para lá, mas ninguém jamais o via, ele vivia em sua casa trancafiado e parecia ser altamente anti-social, porém, eu sei o que ele É, SÓ EU SEI O QUE ELE FAZ, EU SEI O QUE ELE FEZ COM OS SMITH!!!!

_O delegado, percebendo a exaltação de um homem que ele logo reconhece como Ross, seu parceiro de pesca, vai lá saber o que está acontecendo:

_Que baderna é essa Ross? Qual o motivo do escândalo?

_Desculpe delegado, estou falando sobre aquele homem que chegou à nossa cidade, eu queria fazer uma denúncia!!!

_Ótimo, pois então vá logo, também quero saber o que há de tãosuspeito com esse cara.

_Como eu ia dizendo, estava realizando meus afazeres enquanto minha mulher estava com meus filhos na casa de sua mãe, foi aí que ele bateu à minha porta.

_Que estranho, os boatos são que ele só vive isolado, que horas eram? Disse o delegado.

_Eram mais ou menos 04h30min da tarde, estava para escurecer.

Assim, ele continuou dizendo que o tal homem estava dizendo que em sua casa um cano havia furado e eu me ofereci para ajudar, já que já tinha sido encanador por um tempo, e completou:

_Assim que entrei em sua casa percebi um cheiro estranho e depois de um tempinho andando lá um pano encardido veio ao meu rosto e eu não lembro de mais nada, acho que ele me apagou com clorofórmio.

_Continue! O que aconteceu? Disseram os policiais, sobretudo o delegado.

_Acordei depois, com as mãos amarradas a um cano de ferro na parede.

Percebi que o homem estava com um avental branco sujo de sangue e um cutelo na mão, quando abriu sua geladeira percebi que lá haviam vários pedaços de carne, e ao reparar melhor percebi uma cabeça, que era da Srª. Smith!

Desesperado, perguntei a ele o que ele queria e o que ele havia feito com a família Smith, ele olhou para mim com uma cara muito pálida e com olhos brilhantes, e de maneira muito fria respondeu:

_Pois é, eles não queriam me vender a casa, e como na cidade de onde vim eles não aceitam muito Antropofagia eu usei eles para servirem de uma causa maior, assim como você servirá, para matar minha fome.

Enquanto falava e retirou o seu avental e limpou suas mãos, veio para perto de mim e começou a dar uma risadinha forçada, colocou um toca discos para funcionar e foi tomar um banho eu acho.
_Com o pouco que restava de minha força consegui derrubar o tocadiscos. Quando o disco de vinil caiu, se quebrou todo e um pedaço caiu perto de minha perna. Consegui pegar e cortei a corda; com o barulho que não foi muito alto o homem deve ter se alertado e já devia estar se enxugando. Desesperadamente eu corri até a porta e tentei abrir, estava trancada, peguei a cadeira e quebrei o vidro da Janela. Saí por ali mesmo e vim correndo até chegar aqui.

O delegado olhou para mim com uma cara de incrédulo e disse:

_Ross, eu também não vou com a cara desse cara, nem sei como ele é direito, mas olhe só você está confuso, faça o seguinte, vá para casa, tome um banho e durma um pouco, se amanhã você tiver certeza do que está falando eu vou dar uma olhada.

_Ta bom, eu acho que foi só um pesadelo mesmo.
No outro dia de manhã, no Jornal local havia uma foto do rosto de Ross na sessão de desaparecidos, no anúncio dizia que a última vez que fora visto estava saindo da delegacia.

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