segunda-feira, outubro 16, 2006

^ CARTA DE UMA VÍTIMA ^



Perdão pela demora em publicar minha querida Celly

Dedicado à minha irmã Marcy e ao meu irmão Luiz que definitivamente não gostam de histórias de Vampiros e à curiosidade da Bianca, uma nova amiga muito querida.


Alguns corredores eram largos, outros mais estreitos, mas nada impedia que eu corresse cada vez mais, mesmo esgotada de cansaço, eu continuava. E mais, e mais, e mais...
Já não tinha mais fôlego e queria parar. Por um minuto hesitei, mas acabei parando. Olhei para todos os lados, para me certificar de que adquirira uma boa distância daquele lugar maldito.
Com uma ação involuntária, encostei-me na parede, mas logo percebi que não deveria ser muito normal aquela textura. Era gosmenta. Logo que meu cérebro recebeu esta informação, tirei minhas mãos de lá.
Liguei minha lanterna, que guardara para alguma ocasião como se mostrava aquela, e apontei para a parede.
Só consegui gritar, mas logo cortei o grito, pois poderia ser descoberta. Tentando ficar longe daquela parede, de com as costas na outra, apontei também a lanterna ali, e era a mesma visão: as paredes todas estavam cobertas de musgo, muito musgo, mas o que mais me deixou horrorizada, é que havia sangue escorrendo em meio aquele verde escuro.
E eu já estava sem fôlego. Tentei correr outra vez, mas não me era possível.
E eu sabia que havia alguma coisa correndo em minha direção, mas o que eu poderia fazer, além de tentar outra vez, em vão, corre? Era agonizante esta sensação, desesperadora! Que cruel destino me mantinha presa àquela criatura que nem ao menos a mim pertencia? Eu era apenas uma curiosa, uma idiota, penso agora, desafiada a entrar naquele lugar abandonado para provar que a lenda era apenas lenda, e agora tornara-se real, com a minha vida ganhara a realidade, este mundo que eu tanto criticara todo o tempo por ser tão cruel, e agora eu fazia parte dessa crueldade, pois querendo ou não, agora a criatura era parte de mim e eu dela! Mas então do que eu fugia? De mim mesma! Voltei.


Passamos por aquela construção abandonada, e um de meus amigos disse que havia algo estranho, que uma lenda contava que um monstro vivia naquele lugar, mas ninguém ao menos sabia que tipo de monstro havia realmente. Meus “amigos” me desafiaram, pois sabiam que eu não acreditava no sobrenatural, que tola fui eu naquele momento em que aceitei o desafio! A bem da verdade, nem eles acreditavam no monstro, mas queriam me ver desafiada e entrar naquele lugar para que eles fugissem e me deixassem só, o que realmente fizeram, por sorte deles mesmos, pois quando saímos daquele lugar estávamos famintos, e necessitávamos de sangue!, e com certeza eles seriam meu primeiro banquete neste novo mundo em que agora vivo!
Mas é claro que mesmo não estando lá meus amigos, os encontrei alguns dias mais tarde e pude banquetear neles, e posso dizer que o gosto da vingança é sensacional, ainda mais quando nossas vítimas imploram tanto que acabam exaustas e posso, sem nenhum esforço, saboreá-las.


Porém agora sou minha vítima, ou melhor, vítima de minha curiosidade e ignorância por aceitar aquele desafio, mas hoje posso ser livre e ser como eu quero, mesmo antes já o sendo. Sou uma criatura da noite e sem nenhum receio da maldade que antes estava armazenada em mim e não podia usa-la, agora sou livre. Minha maldade está livre! E isso é maravilhoso!


Quando entrei naquela construção abandonada, acreditava que nada poderia me faze mal, mas estava enganada, andei até o final daquele enorme corredor, mesmo sem enxergar praticamente nada, pois já começara a escurecer havia algum tempo, entrei em um aposento pouco iluminado, e, como não podia saber o que acontecia naquela sala, fui caminhando com a mão esticada caso encontrasse algum objeto à minha frente, mas não foi objeto que eu encontrei, foi meu mestre, foi o Vampiro Hadrian, a quem agora eu devo tudo o que sou e o que serei eternamente, e estarei a seu lado e ele ao meu!


Depois da minha transformação, saí correndo, mas pensei direito, e não poderia jamais viver sem meu mestre, tinha muito a aprender, voltei para Hadrian, saímos juntos para nossa primeira caçada juntos, pois logo já sentia sede. Ah, como posso me lembrar perfeitamente daquele dia, como se fosse ontem, mas já se passou um século, e ainda sinto aquela mesma sede, mas se me permitem, paro aqui esta carta, pois estas recordações me fazem sentir ainda mais sede, e vou agora procurar meu jantar!


Atenciosamente,

Hannah Leah.

H.G.B. Celly (Miss São José dos Pinhais RSRS)

Um comentário:

  1. oi sumida
    q saudade de vc,.......
    perfect o texto...simplismente perfect.......
    ai visita meu blog ficaria honrada com a sua visita
    claro q ele nao eh perfeito como o I.S. mas eh interessante
    bjoss

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