terça-feira, julho 27, 2010

Submissão




Por Lady Catherine Gordon of Gigth

Lasciva que sou,
Lascivo que és,
Das virtudes desfeita, em meus delírios sorvendo sangue de vossos pés!
Serva perversa em desespero impassível
O lamento em meus lábios,
Amaldiçôo, pobre de mim, minha sorte, meu revés,

Apesar da laje que te cobre, ainda posso ver-te
Do solo fétido, da nevoa de vermes e do gramado verde,
O riso de escárnio breve, gentil verdugo,
Estás na podridão e eu embriagada, sob o teu jugo!
Até o mais vil humano se apiedaria,
Os olhos a revirar no êxtase dos lábios teus!
Meus lábios a venerar da tez de Mármore a glória
Teu aroma em minha carne, teus olhos doces na memória!
Das profundezas meu sangue clama
Meu verdugo, Impiedoso,
Teu olhar malévolo, capuz infame,
O machado sanguinário

Imploro-te, sê o meu sudário!Retorna!
Eis o clamor que regurgito!
Atravessa o cal, quebra o mármore
Irrompe do tumulo, maldito!

Postagem de 10/06

Nenhum comentário:

Postar um comentário